O
corpo humano possui uma estrutura conhecida como assoalho pélvico, que é uma
espécie de membrana formada por músculos e ligamentos, que dá suporte aos
órgãos localizados na pelve como útero, bexiga e próstata, além de controlar as
funções urinárias e fecais, assim como as sexuais. O esfíncter anal, os
músculos perineais e os diafragmas urogenital e pélvico formam a musculatura dessa
região.
Por
diversos motivos, algumas pessoas ao longo da vida, apresentam enfraquecimento
dessa musculatura, o que pode causar desde incontinência urinária até
disfunções sexuais, como a falta de orgasmo ou o vaginismo nas mulheres, por
exemplo.
Desta
maneira, a fisioterapia desenvolveu técnicas específicas, que ajudam os
pacientes com este tipo de problema a fortalecer a musculatura do assoalho
pélvico e assim recuperar algumas funções ou ter uma melhora na qualidade de
vida. Conhecida como reeducação perineal, a técnica surgiu nos Estados Unidos,
em 1948.
Atualmente,
a reeducação perineal também pode ser considerada uma modalidade preventiva no
caso das gestantes, que podem fazer o tratamento antes e após o parto, para
evitar problemas no futuro, como a incontinência urinária. Segundo dados da
Sociedade Brasileira de Urologia, 10 milhões de pessoas no país sofrem deste
problema. Os homens que retiram a próstata ou têm problemas na glândula também
estão sujeitos a desenvolver essa condição.
Quando
a musculatura pélvica fica enfraquecida, os órgãos internos como bexiga, útero
e intestino começam a “cair”, o que na linguagem científica é chamado de
prolapso, que pode ser de primeiro, segundo e terceiro grau, sendo este último
de maior gravidade e, na maioria dos casos, exige tratamento cirúrgico.
Mas, muitas pessoas são beneficiadas com a fisioterapia que fortalece a
região pélvica, especificamente o períneo. Os exercícios envolvem a contração e
o relaxamento da musculatura. Alguns aparelhos podem ser usados, como o de eletroestimulação
muscular e para as mulheres são utilizados cones vaginais, que ajudam na
percepção dos estímulos feitos durantes os exercícios de contração e
relaxamento.
Todas as atividades feitas na reeducação perineal reforçam o tônus
muscular não só da região pélvica, como também fortalecem a musculatura
abdominal, portanto, a técnica é útil inclusive para pessoas que apresentam
dores na coluna ou algum tipo de desalinhamento. Um exemplo bastante
interessante é que uma pessoa que trabalha sentada tem a região do períneo
enfraquecida, principalmente quando não tem uma postura correta.
Portanto,
podemos afirmar que a reeducação perineal é uma importante técnica
fisioterapêutica, com um amplo campo de aplicação, que ajuda o individuo a ter
uma melhor percepção do corpo, das funções e consequentemente, uma vida mais
saudável e ativa.
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